O JOGO
A partida começou com o ambiente próprio de uma grande decisão de Copa Libertadores da América. Quase 60 mil torcedores receberam o Peñarol com milhares de sinalizadores e fogos de artifício, em uma clara prova de que aquela torcida estaria junto da equipe durante os 180 minutos da decisão.
Em campo, os jogadores do Peñarol não conseguiram corresponder com a espectativa gerada. Desde o começo do jogo a tônica seria de muita entrega e inteligência tática. Realmente dois elementos que não faltaram para a equipe uruguaia, mas que também não foi suficiente pra levar grandes perigos para a equipe brasileira.
Apesar da grande oportunidade criada pela equipe uruguaia, a partida seguiu em um ritmo frenético, de disputa e entrega. O cenário não estava o ideal para as duas pérolas de cada equipe: Neymar e Alejandro Martinuccio. Os dois praticamente não participaram dos primeiros 15 minutos.
Na primeira vez em que Neymar foi percebido, foi porque simulou uma falta e sofreu cartão amarelo. No intervalo o atacante santista jurou que foi atingido e chegou a acusar a arbitragem: "Assim não dá pra jogar!", falou Neymar na volta do segundo tempo mesmo sabendo que a TV flagrava o descompasso das declarações do craque santista. Voltando pra partida, um minuto após tomar o cartão amarelo, Neymar fez grande jogada individual passando por três marcadores 'aurinegros', na sequência, apenas deixou para Alex Sandro finalizar contra o arco do goleiro Sosa. O primeiro grande lance do Santos surgiu apenas aos 20 minutos do primeiro tempo.
No lance seguinte, novamente com Alex Sandro, o Santos fez jogada ensaiada no escanteio e o lateral-esquerdo cruzou na cabeça de Bruno Rodrigo, que acertou bola na trave. Em apenas três minutos, a partida ganhou o ritmo que precisava. Sem deixar o Santos respirar, o Peñarol armou contra-ataque pela direita e, em lance duvidoso, o estádio foi abaixo para pedir pênalti em Corujo. Na imagem congelada a TV mostrou que o uruguaio estava fora da área.
Se por um lado o caminho do Peñarol voltar a levar perigo foi pelo setor esquerdo do Santos, o caminho do Santos também era por esse setor. Alex Sandro havia participado das únicas duas chances da equipe brasileira e também foi o responsável pela finalização da terceira chegada, novamente trabalhando com Neymar. Foram os melhores cinco minutos do Santos em campo.
Os dez minutos seguintes foram mais bem controlados. A equipe brasileira chegou aos 40 minutos com quase 60% de posse de bola. Mas o Peñarol cresce em qualquer jogada de velocidade que termina em falta, em um escanteio, é uma equipe que pode ser aguda a qualquer momento. A torcida participa ainda mais quando a situação está indo para o seu final. Nos últimos dois minutos do primeiro tempo apareceu o lateral-esquerdo Darío Rodríguez em duas oportunidades de colocar o Peñarol em vantagem. Na primeira estava impedido, mas deu mostras de que estava esperto, e na segunda perdeu a chance mais clara do Peñarol na partida, motivo pelo qual ele deixou o campo se lamentando.
Logo aos quatro minutos, o Santos tem a sua chance mais clara de abrir o placar. Elano tentou finalizar de longa distância, a bola desviou em Danilo e sobrou clara para Zé Eduardo, mas apareceu a estrela do goleiro Sosa. Embora não estivesse tão incisiva, a equipe santista articulava tudo pelo setor esquerdo, com Danilo, Alex Sandro, Neymar e, as vezes, Elano. Para resolver isso, o técnico Diego Aguirre promoveu a entrada de Estoyanoff no lugar de Mier, invertendo de lado um dos armadores do Peñarol.
A mudança de Diego Aguirre não surtiu efeito. Estoyanoff tentou jogar nas costas de Alex Sandro, mas o lateral santista continuou soberano e despontando como o melhor santista em campo. A partida, sempre muito discutida e disputada, levou cerca de 15 minutos para voltar a ter uma grande emoção. E novamente veio dos pés de Alex Sandro e Neymar. O lateral recebeu de Neymar, fez grande jogada, levou até a linha de fundo e cruzou na medida para Zé Love perder mais uma chance clara de colocar o Santos em vantagem.
Aos trancos e barrancos, o Peñarol chega a levar perigo no minuto seguinte, aos 28, mas Oliveira se atrapalha com Aguiar e desperdiça mais uma tentativa.
Neymar não estava comendo a bola, mas seguiu sendo um inferno para o adversário. Aos 31 minutos, deu um chapéu no zagueiro Alejandro Gonzalez que, a exemplo de Darío Rodriguez, perdeu a esportiva. Como foi durante os 90 minutos, a partida passava por momentos em que parecia dar "um branco" nos jogadores. Tudo se resumia a disputa e entrega. Quando faltava apenas oito minutos, Diego Aguirre colocou o atacante Diego Alonso no lugar de Oliveira. Nada mudou, o Santos continuava com um pouco mais de posse de bola e também mais lúcido para criar as jogadas. Antes mesmo de Alonso tocar na bola, Zé Eduardo fez grande jogada pela esquerda, mas foi fominha e finalizou no anel superior das enormes arquibancadas do estádio Centenário.
Faltava pouco para o Carlo Amarilla apitar o fim do jogo e os santistas poderem comemorar o empate. Mas, como sempre, os últimos minutos são os mais contundentes do Peñarol.
Aos 40 minutos, Alonso, que havia entrado para fazer o papel de Oliveira e empurrar uma pra dentro do arco alvinegro, completou chute cruzado de Martinuccio e correu para o abraço. Por 10 segundos a defesa santista bateu boca, mas logo parou quando viu que o auxiliar Rodney Aquino havia marcado, acertadamente, posição irregular do atacante 'aurinegro'. Na sequência disso, o Santos não queria mais jogo e o Peñarol só conseguia estufar o peito quando tinha um escanteio. Chegou a ter duas cobranças seguidas do mesmo setor em que o Peñarol abriu vantagem na semifinal contra o Vélez, mas o técnico Muricy Ramalho mostrou que está atento com os detalhes e que está fazendo tudo certo para acabar com a injusta fama de "amarelão dos mata-mata".
FONTE:FUTNET
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