Não era uma tarde como as outras no bairro de Bangu. Havia a estreia do time que leva o nome do bairro contra a Portuguesa, em Moça Bonita, pela Copa do Brasil. Era dia de matar a saudade do confronto entre duas equipes tradicionais do futebol brasileiro que não se enfrentavam desde 2002. Horas antes de a bola rolar, o clima ao redor do estádio era de euforia. Um carro de som tocava o hino do clube sem interrupção, conservando a tradição e a paixão pela equipe.
Num clube de menor expressão, o jogo de futebol é praticamente uma reunião familiar. Todos se conhecem e se cumprimentam nas arquibancadas. Cerca de 800 torcedores compareceram. Torcer pelo Bangu exige fidelidade. "Se você faltar a um jogo, logo escuta dos colegas: "Não te vi na última partida". É muito amor", disse Irani Cabral, de 61 anos, vestindo a sua segunda pele: a camisa do time do coração.
Desde o fim da década de 80, o Bangu vem em queda livre. Muitos jogadores chegam e vão embora sem criar nenhuma identificação. Na contramão dessa relação, está o torcedor. Na derrota ou na vitória, ele está ali. "O Bangu fez um laço de amizade muito grande. O clube já poderia ter acabado. Mas não está pela nossa persistência. Não vamos desistir desse time nunca", ressaltou Irani Cabral, emocionado.
A praça localizada em frente ao estádio é ponto de encontro para a torcida recordar momentos gloriosos, como a decisão do Campeonato Brasileiro perdida para o Coritiba, em 1985, em pleno Maracanã, na decisão por pênaltis. Ou relembrar os grandes craques que já passaram por ali e criticar as últimas gestões pela ausência de títulos expressivos.
"Quando comecei a entender de futebol, o Bangu entrou em decadência. Mas o amor persiste", contou Vitor Moriz, de 25 anos, que curte os jogos do time como se vivesse em outra época. "Tomar cerveja e ver um futebolzinho no fim da tarde, pertinho do gramado, é um programa perfeito", afirmou.
Do lado de fora do estádio, o vendedor Sérgio Carre vibra a cada gol do Bangu. Por uma lógica simples: "Se o time vencer, vendo mais camisas. Se perder, posso recolher o material e ir embora porque não consigo vender nada. O povo sai irritado e não quer saber de comprar." Ontem, ele teve motivos para comemorar. Afinal, o Bangu venceu por 3 a 1, e pode perder até por 1 a 0, na partida de volta, em São Paulo, no Canindé para avançar de fase.
Inaugurado em 17 de novembro de 1947, o Estádio de Moça Bonita sofre com a falta de conservação - o prefeito Eduardo Paes promete reformá-lo ao custo de R$ 34 milhões - e, nos últimos anos, deixou de receber a visita ilustres dos quatro grandes do Rio.
O tempo só não apagou a sua história e o charme de se assistir a um jogo ali. O alambrado fica perto do campo. O grito do técnico é ouvido por qualquer um, assim como o baralho das chuteiras batendo na bola com vontade.
"O torcedor é maltratado, toma sol forte na cabeça durante os 90 minutos, mas vem ao estádio mesmo assim. A paixão é cega", resumiu Alexandre Moretti, sonhando com dias melhores.vitória sobre a Portuguesa por 3 a 1, em Moça Bonita, no Rio de Janeiro. Thiago Galhardo marcou o primeiro gol da Copa do Brasil ao 14 minutos do primeiro tempo. A Portuguesa conseguiu chegar ao empate com Kempes, aos 45 minutos da primeira etapa.
No segundo tempo, Pipico fez um bonito gol em uma bela jogada individual. Aos 30 da segunda etapa, novamente Thiago Galhardo marcou, desta vez contando com uma falha de Juninho, fechando o placar em 3 a 1.
A Portuguesa agora se complicou, e agora precisa vencer a partida de volta por 2 a 0, ou três gols de diferença para seguir na competição. O Bangu pode perder por até um gol de diferença, ou por dois gols, desde que marque dois ou mais gols.
FICHA TÉCNICA
BANGU-RJ 3 X 1 PORTUGUESA-SP
Local: Moça Bonita, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 16 de fevereiro de 2011, quarta-feira
Horário: 17h (de Brasília)
Arbitro: Devarly Lira do Rosário (ES)
Assistentes: José Maciel Linhares e Vanderson Zanotti (ambos do ES)
Cartões amarelos: China e Ricardinho (Bangu); Domingos, Maurício e Ferdinando (Portuguesa)
BANGU: Thiago; China, Diego Padilha, Abílio e Fabiano; Joziel, André Barreto, Thiago Galhardo e Ricardinho (Tiano); Pipico e Charles Chad (Marcão)
Técnico: Gabriel Vieira
PORTUGUESA: Juninho; Maurício, Domingos e Preto Costa; Paulo Sérgio (Henrique), Ferdinando, Luiz Ricardo, Marco Antonio e Marcelo Cordeiro (Jael); Fabrício e Kempes (Tatá)
Técnico: Sérgio Guedes
Flamengo vence Murici
Mesmo não jogando bem, o Flamengo venceu o Murici por 3 a 0, em Maceió, e não precisará jogar o jogo de volta. Ronaldinho fez seu primeiro gol com a bola rolando, Renato Abreu voltou a se encontrar com os gols de falta e Negueba, aclamado pela torcida, fechou a conta.
O jogo – 1º tempo
O primeiro e único lance de perigo, na primeira etapa, veio apenas aos 24 minutos. Thiago Neves cruzou para Deivid, que só tinha o goleiro a sua frente, porém, a bola bateu na trave e saiu.
Ao contrário do que se pensava, o Murici não ficou só em seu campo de defesa. O time alagoano não encontrava muitas dificuldades em chegar ao gol de Felipe, e era bem organizado taticamente, porém, pecava nas finalizações.
2º tempo
A segunda etapa começou pegada, e com o Murici chegando ao ataque. Paulinho dividiu com Welinton e cruzou. Franco, de primeira, quase abriu o placar.
O Flamengo criava poucas chances, mas chegou ao primeiro gol. Léo Moura cruzou para Ronaldinho, que subiu mais que os zagueiros e fez seu primeiro gol com bola rolando, com a camisa do Flamengo.
Cinco minutos depois, foi a vez de Renato Abreu marcar. O meia bateu falta da intermediária, a bola quicou, enganado o goleiro Dias.
O Murici tentava fazer pelo menos um gol, para que o jogo de volta fosse realizado. Porém, quem marcou foi o Flamengo. Aos 45, Negueba, que entrou à pedidos da torcida, recebeu de Thiago Neves, ficou sozinho com o goleiro, e só empurrou pro fundo das redes
Ficha técnica:
Murici 0 X 3 Flamengo
Competição: Copa do Brasil – primeira fase
Local: Estádio Rei Pelé, em Maceió
Árbitro: Jailson Freitas
Murici: Dias; Alex (Jôsi), Nado, Sinval, Paulinho; Serginho, Gueba, Bilu, Everlan, Gustavo (Edvaldo); Alexsandro (Franco). Técnico: Gilmar
Flamengo: Felipe; Léo Moura, Welinton (Egídio), David Braz, Ronaldo Angelim; Maldonado (Fierro), Willians, Renato, Thiago Neves; Deivid(Negueba).
Gols: Ronaldinho, aos 21 minutos do segundo tempo, Renato Abreu, aos 26, e Negueba, aos 45.
Cartões amarelos: Edvaldo (Murici); Egídio (Flamengo).
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